quarta-feira, 7 de julho de 2010

Propriedade Intelectual - Patentes - e o Brasil

A competitividade de um país é, em parte, medido pela sua capacidade de inovar, gerando novas tecnologias que viabilizam o uso de matérias primas diferentes na obtenção de um produto existente ou novo produto para atender ou mesmo criar uma necessidade ao mercado, melhoria de qualidade, redução de custos, aumento de produção por unidade de tempo e outros.

Nesses casos, existem dois caminhos principais: patente ou segredo industrial.
Para os casos aplicados a geração de patentes, o Brasil tem crescido de forma muito lenta em relação ao mercado mundial, principalmente quando comparado com os mercados emergentes, como a China (Figura - USPTO).

Quando comparamos o número de patentes concedidas nos EUA (USPTO) entre Brasil e Coréia do Sul, vemos que, o investimento que a Coréia faz, desde a década de 80, na educação básica, alavancou a Coréia na geração de tecnologia (Figura - USPTO). Apenas para registrar, a Coréia do Sul e o Brasil tiveram 159 e 36 patentes concedidas em 1989, e 8762 e 103 em 2009, respectivamente.

Em relação a publicação de artigos científicos o Brasil tem se mostrado uma potência em crescimento (Figura - Thomson Reuters; atualizado em 27/11/2009). Em 2008 o Brasil publicou dez mil artigos a mais em relação a 2007.

Apesar desse crescimento do conhecimento, o que vemos é que a falta de cultura em patentear as invenções não está permitindo crescer o número de patentes concedidas de forma proporcional em relação as publicações. Quando analisamos o número de patentes solicitadas nos EUA, percebe-se um crescimento, mas também não muito significativo. O que chama atenção é que, apesar do número de solicitações estar crescendo, a proporção de patentes concedidas está caindo. Isso mostra que a qualidade das invenções ou dos textos está diminuindo (Figura – USPTO).

Um dos caminhos para mudarmos esse cenário é aproximar cada vez mais as universidades das empresas. Não gerar estudos somente acadêmicos, que são muito importantes na geração do conhecimento, aumentando o número de trabalhos aplicados as necessidades das indústrias.
Outra ação importante é gerar redes de pesquisas dentro do país para que o conhecimento, hoje, disseminados nas instituições e universidades, se conecte, fortalecendo e compartilhando dados, informações e o próprio conhecimento.
O ranking das marcas mais fortes de 2008, por exemplo, mostra que, nos dez primeiros lugares, 8 são marcas que aplicam altos investimentos em inovação tecnológica, como a IBM, Nokia, Google e Toyota (www.interbrand.com_global_brands.aspx). Isso mostra que o investimento em tecnologia alavanca os negócios e a competitividade.
Quando comparado o número de pesquisadores existentes nos países com a capacidade de inovação dos mesmos, é observado uma relação de crescimento na capacidade de inovar com o aumento de pesquisadores (Figura – INSEAD).

Temos que, cada vez mais, criar investimentos e incentivar a pesquisa no país. Os investimentos em P&D, disponibilizados pelos governos federais e empresas privadas, tem aumentado a cada ano. Ainda não é suficiente. Devemos ser mais agressivos em relação a estratégia do uso desses recursos e correr mais riscos, além de gerar um programa para orientação e aproximação da população ao tema propriedade intelectual.

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